Nome: The boy and the man of the balloons
Autor: ººD麺ºClassificação: Depende de quão "sensivel" a pessoa é :}
Gênero: Drama, assassinato
Beta-Reader: lê_kaulitz
Nº de capítulos: único
Terminada ou não: sim
Nota: O Bill e o Tom ainda são pequenos nessa one.
Teaser: Esses foram os 3 maiores erros que a Simone cometeu na vida: 1º: Ter saído de casa naquela manhã. 2º: ter ido logo para aquele lugar. 3º: ter levado consigo os pequenos e indefesos gêmeos Kaulitz, principalmente o pequeno Bill.
~~~~~~
01/09/1995
Não era para ter sido assim... não precisava ter sido desse jeito... foi uma conhecidência...uma terrível, para ser mais exato. Era para ser um dia feliz, para o Bill, para o Tom, para a Simone.
Bom, vamos, sem mais delongas, começar essa história...
Para eles, era um sonho tranquilo, embalado pelo barulhinho do ar condicionado no quartinho gelado. Tom dormia com seu rostinho contra o travesseiro, numa posição que parecia ser um tanto desconfortavel, enquanto Bill dormia tranquilamente, respirando profundamente, do mesmo modo que dormia quando ainda era um bebêzinho. Bom, ele ainda é, basicamente. Seis anos não é muita coisa.
Vagarosamente, a porta branca de madeira do quarto se abriu, sem conter um rangido. Bill soltou um gemido baixo, incomodado com o barulho, enquanto Tom ainda dormia seu sono pesado. Simone entrou no quartinho na ponta dos pés, olhando abobadamente para os rostinhos dos filhos e andando em direção à grande janela. Abriu as cortinas rapidamente, e instantaneamente gemidos de cansaço sairam da boquinha dos gêmeos.
- Vamos, meninos, hora de levantar. - Com uma voz calma, Simone disse. Em resposta, mais gemidos. Ela riu, mas não era por isso que iria deixar de insistir. - É o aniversário de vocês! Não me digam que não vão querer escolher os presentes esse ano? - Num piscar de olhos, os dois já estavam sentando na cama. Seus olhos ainda aparentavam cansaço, mas eles sabiam que valeria a pena se fosse para ganhar presentes.
- Ai, ai, frio, frio! - O pequeno Tom falou, com sua vozinha aguda, quando seus pézinhos tocaram o chão gelado do quarto. Enquanto um reclamava, o outro já estava no banheiro, vestindo uma roupa que sua mãe havia acabado de lhe entregar.
- Mãe, aonde vamos comprar os presentes? - Bill perguntou para sua mãe, enquanto ela o ajudava a vestir a camisita.
-Bom, isso fica por conta de vocês dois. Para onde querem ir? - Perguntou a ele, com sua voz ainda calma. Era incrivel como ela conseguia ficar tranquila num momento deles. É claro, Simone Kaulitz não é nenhuma vidente para que soubesse o que estava prestes a acontecer.
-Bii-ii-ii-iill! - Gritou o Tom, cantarolando, na verdade, enquanto vestia um sueter que aquecia seu corpo. - O centro! O centro!
- Sim! O centro, mãe! Podemos ir? - Ele perguntou, seus olhinhos brilhando de ansiedade. Ela não conseguia resistir aquilo; sua resposta não poderia ser outra senão sim. Mal acabaram de se vestir e já estavam pulando de alegria, saltitando pelo quarto.
- Chega de pular, senão não vai dar tempo! Andem rápido; calcem os seus sapatos e vão direto para a cozinha tomar o café. - Os dois assentiram a ordem da mãe e foram procurar dentro do armário um par de sapatos que fossem de seu agrado naquele momento.
Simone foi para a cozinha, abriu a geladeira e de lá tirou uma caixa de leite e suco de laranja. Abriu a gaveta e pegou duas colheres. Abriu o armário da cozinha e de lá tirou duas tigelas fundas e uma caixa do cereal favorito dos meninos. Encheu as tigelas de leite, colocou bastante cereal nelas, enquanto pegava alguns copos no armário para colocar o suco.
Logo começou a ouvir o barulho de pézinhos correndo e vozes agudas se aproximando:
- ...e um avião, e...e um video game novo! - Gritou o Bill, empolgado. Ele sempre ficava mais feliz que nunca no dia de seu aniversário; além de adorar os presentes, adorava a atenção que a família dava a ele nesse dia.
- Sim, sim! - O Tom concordou, tão empolgado quanto o gêmeo. - E um cachorrinho!
- Ok, meninos, discutam isso depois, se preocupem agora em tomar o café-da-manhã de vocês. - A mãe do gêmeo disse, enquanto comia uma torrada com manteiga.
Todos alimentados; correram até o banheiro para escovar os dentes; a pia do banheiro ficou toda molhada, claro, mas, além de ser assim normalmente, Simone só queria ver seus filhos felizes.
No carro, um silêncio profundo. Tranquilo, até. Toda a fecilidade estava estampada no rosto de cada um com um grande sorriso.
Árvore, carro, cachorro, carro, carro, pessoa de patins, carro, árvore, loja, loja, loja, loja!... Como não sabiam os nomes das ruas ainda, era assim que descobriam que estavam chegando no centro da cidade. Começaram a vibrar de alegria dentro do carro, cada um pulando em uma das janelas no banco traseiro. Simone riu, e logo achou uma vaga para estacionar.
Cada um queria ir para uma direção diferente; Bill puxava a mãe pelo braço direito enquanto Tom a puxava pelo esquerdo.
- A loja de brinquedos...- Com esforço, Tom falou, tentando arrastar a mãe pela calçada.
-A loja...de...doces! - Bill disse, puxando com força o braço. - Não! - Falou, mudando de ideia ao ver aquilo - Balões! Mamãe, por favor, eu quero um balão! - Ele gritou, sorrindo para ela. Para Bill aquele era realmente o paraíso dos balões; balões de animais, estrelas, letras, números... Uma plaquinha perto do vendedor dizia que eram 3 euros cada.
- Muito bem, então. - Simone disse, sacudindo os braços. - Bill, que tal eu ir na loja de brinquedos com o Tom e te dar 3 euros para que você possa ir comprar o balão? - Ela propôs e, antes mesmo de ouvir a resposta do filho, lhe entregou 3 euros. - Mas não esqueça: compre o balão e vá direto para a loja de brinquedos. Não quero saber de você parando em nenhum outro lugar, ouviu, Bill? - Mesmo sendo pequeno, Bill não era bobo; entendeu claramente a ordem da mãe. Assentiu, e foi correndo em direção aos balões.
Se aproximou do vendedor, que sorrivel amigavelmente. Seu sorriso era tão amigavel que chegava a ser assustador. Um pequeno calafrio correu pro corpinho do Bill, mas ele ignorou; estava muito entretido com os balões para ligar para isso.
- Bom dia, garoto! - O homem falou, com uma voz animada. Bill abriu um grande sorriso que mostrava todos os seus dentinhos(os que estavam crescendo não foram exeções).
- Bom dia! - Respondeu, sem olhar para o homem, mas sim para os balões que balançavam-se como uma dança, ao vento.
No momento, o silêncio era a melodia favorita do Bill, que estava em sincronia com a dança dos balões. Era muito facil se misturar com a sua imaginação.
- E então, está indeciso? - O homem perguntou, brincalhão, ao ver a carinha abobada do garoto. Ele só assentiu, sorrindo. - Eu tenho mais alguns logo atrás da minha picape. - O vendedor apontou para trás, e o Bill pode ver uma velha picape branca. - Quer ir lá da uma olhada?
- Sim, por favor! - Bill falou, animado, batendo palmas. O vendedor sorriu novamente e andou em direção a picape, com Bill logo atrás. E esse foi a pior coisa que o Bill podia ter feito na sua vida
O sininho da porta da loja de brinquedos tiniu ao se abrir, e de lá saiu Simone. Bom, antes dela saiu o Tom, pulando com sacolas de presentes na mão. Os dois foram até o carro para guardar as compras feitas.
- Mãe, cadê o Bill? - Tom perguntou, espiando dentro de uma das sacolas.
- Acho que ele ainda está vendo os... - Começou a dizer, mas parou quando olhou para a barraquinha de balões e ela não estava mais lá. - Ai meu Deus. - Disse, de olhos arregalados. - Tom, filho, fique aqui no carro, pode brincar se quiser, mas não saia de jeito nenhum, mamãe já volta. - Falou, colocando o Tom no banco traseiro do carro e trancando as portas.
Andou rapidamente para perto de onde deveria estar os balões, onde deveria estar seu filho. Entrou na loja que estava mais perto do local, correu ao balcão. A moça que lá estava sorrindo. Simone não retribuiu; não conseguia.
- Com licença - Perguntou para a moça, enquanto mexia na bolsa. - Você viu um garotinho loiro, tímido, sorridente, com uma voz aguda, mais ou menos desse tamanho? - Perguntou à moça. Ela pensou por alguns instantes e logo sua resposta veio:
- Não senhora, sinto mu... - A jovem não conseguiu terminar a frase; Simone tinha voado para fora da loja, e entrou em uma logo ao lado, no que parecia ser uma loja de objetos de decoração.
- Com licença, senhor, o senhor viu esse garoto? - Perguntou a um homem dentro da loja, enquanto tirava uma foto do Bill de dentro da bolsa. Ele estava tão feliz na fotográfica que até cativava a gente.
- Não, senhora.
Foi então que ela se desesperou. Saiu correndo da lojinha, seus olhos mais arregalados que nunca, gritando o nome do filho.
- Bill!!! Bill!!! - Gritava, desesperada. Estava desesperada, mas aliada pelo outro filho não precisar ver essa cena. O carro estava estacionado de um modo que, por mais que ele tentasse, não conseguiria enchergar a mãe. - Por favor! - Parava as pessoas na rua, mostrando a foto do filho. - Você o viu? E você, o viu? Por favor! - Gritava, correndo em direção a todos que passavam.
Uma mulher idosa, sentada num baquinho de madeira, alimentava alguns pombos. Parecia até uma cena de filme. Ela estava assistindo a toda a cena de Simone, então se levantou e foi em sua direção. Com um pouco de dificulade por causa da idade, mas foi.
- Com licença, querida - A velhinha disse, com uma voz que parecia preocupada por Simone. - Posso ver a foto do garotinho?
A mãe do garoto chorava, mas mesmo assim lhe mostrou a foto, evitando olhar diretamente para ela.
- Eu o vi. - Aquelas foram as palavras que fez Simone olhar para a senhora, como se esperasse que ela continuasse. - Da ultima vez, ele estava seguindo um homem que segurava alguns balões, para trás daquele carro velho. - Apontou a moça.
- Obrigada, muita obrigada! - Simone agradaceu a senhora, realmente grata; ainda lhe havia uma esperança.
Correu, o mais rápido que pode, em direção a velha picape. Parece que, quando se está desesparado, as coisas começam a passar ainda mais devagar.
- Bill! - Ela gritava, feliz, esperando obter uma resposta do filho. Silêncio. - Bill! - Repetiu, mas em resposta, só silêncio, novamente. Foi andando, entrando no que seria o comecinho de uma floresta, talvez - Bill? - Foi então que ela viu.
É incrivel que uma coisa assim possa acontecer tão rápido, sem deixar nenhuma pista. Assustador, não? Para Simone, seu filhinho só tinha se perdido. Nesse caso, acho que ela iria preferir que ele estivesse mesmoperdido.
Ela não podia acreditar no que via: a coisinha loira que ela tanto amava, que cuidou para que ele fosse feliz, que brigava com o irmão por motivos estranhos, que dormia como um bebê. Aquele corpinho estava caído do chão, como se tivesse sido descaradamente jogado desse jeito. Bom, o corpo ou quase, que parece que não havia sobrado muito. Estava de barriga para baixo, com suas roupinhas completamente ensanguentadas.
A mãe pôs-se a chorar, gritar, desesperada. Jogou-se de joelho no chão, chorando ainda mais." Não é possivel que isso tenha acontecido com o meu bebê!!!" era a unica coisa que lhe passava pela cabeça, uma palavra atropelando a outra.
O sangue não só estava no corpinho, mas praticamente em todo o ambiente. Numa árvore: sangue. Nas folhas no chão: sangue. Numa coisa que parecia ter pertencido, um dia, ao corpo do garoto: sangue.
Arrastou em direção ao corpo do filho e o virou, ainda ao berros: o rostinho ainda tinha sinais do desespero que havia passado, e estava palido como nunca. Sua boca estava de um tom arroxeado que ela nunca havia imaginado que pudesse existir. E aquele cabelinho...aqueles fios loiros tão perfeitos, estavam de um vermelho escuro.
Acho que, para Bill Kaulitz, não havia pior maneira de morrer. Foi tudo uma crueldade do destino, talvez, ou só o acaso...mas, sinceramente, eu lamento, mais que tudo, até hoje: logo no dia que deveria ser um dia especial para toda a família do garoto. Era o dia mais esperado por ele o ano todo. Mas, graças a vontade da pequena criança de tentar comprar um balão colorido e ser feliz, naquela tarde, eu matei Bill Kaulitz.
Não era para ter sido assim... não precisava ter sido desse jeito... foi uma conhecidência...uma terrível, para ser mais exato. Era para ser um dia feliz, para o Bill, para o Tom, para a Simone.
Bom, vamos, sem mais delongas, começar essa história...
Para eles, era um sonho tranquilo, embalado pelo barulhinho do ar condicionado no quartinho gelado. Tom dormia com seu rostinho contra o travesseiro, numa posição que parecia ser um tanto desconfortavel, enquanto Bill dormia tranquilamente, respirando profundamente, do mesmo modo que dormia quando ainda era um bebêzinho. Bom, ele ainda é, basicamente. Seis anos não é muita coisa.
Vagarosamente, a porta branca de madeira do quarto se abriu, sem conter um rangido. Bill soltou um gemido baixo, incomodado com o barulho, enquanto Tom ainda dormia seu sono pesado. Simone entrou no quartinho na ponta dos pés, olhando abobadamente para os rostinhos dos filhos e andando em direção à grande janela. Abriu as cortinas rapidamente, e instantaneamente gemidos de cansaço sairam da boquinha dos gêmeos.
- Vamos, meninos, hora de levantar. - Com uma voz calma, Simone disse. Em resposta, mais gemidos. Ela riu, mas não era por isso que iria deixar de insistir. - É o aniversário de vocês! Não me digam que não vão querer escolher os presentes esse ano? - Num piscar de olhos, os dois já estavam sentando na cama. Seus olhos ainda aparentavam cansaço, mas eles sabiam que valeria a pena se fosse para ganhar presentes.
- Ai, ai, frio, frio! - O pequeno Tom falou, com sua vozinha aguda, quando seus pézinhos tocaram o chão gelado do quarto. Enquanto um reclamava, o outro já estava no banheiro, vestindo uma roupa que sua mãe havia acabado de lhe entregar.
- Mãe, aonde vamos comprar os presentes? - Bill perguntou para sua mãe, enquanto ela o ajudava a vestir a camisita.
-Bom, isso fica por conta de vocês dois. Para onde querem ir? - Perguntou a ele, com sua voz ainda calma. Era incrivel como ela conseguia ficar tranquila num momento deles. É claro, Simone Kaulitz não é nenhuma vidente para que soubesse o que estava prestes a acontecer.
-Bii-ii-ii-iill! - Gritou o Tom, cantarolando, na verdade, enquanto vestia um sueter que aquecia seu corpo. - O centro! O centro!
- Sim! O centro, mãe! Podemos ir? - Ele perguntou, seus olhinhos brilhando de ansiedade. Ela não conseguia resistir aquilo; sua resposta não poderia ser outra senão sim. Mal acabaram de se vestir e já estavam pulando de alegria, saltitando pelo quarto.
- Chega de pular, senão não vai dar tempo! Andem rápido; calcem os seus sapatos e vão direto para a cozinha tomar o café. - Os dois assentiram a ordem da mãe e foram procurar dentro do armário um par de sapatos que fossem de seu agrado naquele momento.
Simone foi para a cozinha, abriu a geladeira e de lá tirou uma caixa de leite e suco de laranja. Abriu a gaveta e pegou duas colheres. Abriu o armário da cozinha e de lá tirou duas tigelas fundas e uma caixa do cereal favorito dos meninos. Encheu as tigelas de leite, colocou bastante cereal nelas, enquanto pegava alguns copos no armário para colocar o suco.
Logo começou a ouvir o barulho de pézinhos correndo e vozes agudas se aproximando:
- ...e um avião, e...e um video game novo! - Gritou o Bill, empolgado. Ele sempre ficava mais feliz que nunca no dia de seu aniversário; além de adorar os presentes, adorava a atenção que a família dava a ele nesse dia.
- Sim, sim! - O Tom concordou, tão empolgado quanto o gêmeo. - E um cachorrinho!
- Ok, meninos, discutam isso depois, se preocupem agora em tomar o café-da-manhã de vocês. - A mãe do gêmeo disse, enquanto comia uma torrada com manteiga.
Todos alimentados; correram até o banheiro para escovar os dentes; a pia do banheiro ficou toda molhada, claro, mas, além de ser assim normalmente, Simone só queria ver seus filhos felizes.
No carro, um silêncio profundo. Tranquilo, até. Toda a fecilidade estava estampada no rosto de cada um com um grande sorriso.
Árvore, carro, cachorro, carro, carro, pessoa de patins, carro, árvore, loja, loja, loja, loja!... Como não sabiam os nomes das ruas ainda, era assim que descobriam que estavam chegando no centro da cidade. Começaram a vibrar de alegria dentro do carro, cada um pulando em uma das janelas no banco traseiro. Simone riu, e logo achou uma vaga para estacionar.
Cada um queria ir para uma direção diferente; Bill puxava a mãe pelo braço direito enquanto Tom a puxava pelo esquerdo.
- A loja de brinquedos...- Com esforço, Tom falou, tentando arrastar a mãe pela calçada.
-A loja...de...doces! - Bill disse, puxando com força o braço. - Não! - Falou, mudando de ideia ao ver aquilo - Balões! Mamãe, por favor, eu quero um balão! - Ele gritou, sorrindo para ela. Para Bill aquele era realmente o paraíso dos balões; balões de animais, estrelas, letras, números... Uma plaquinha perto do vendedor dizia que eram 3 euros cada.
- Muito bem, então. - Simone disse, sacudindo os braços. - Bill, que tal eu ir na loja de brinquedos com o Tom e te dar 3 euros para que você possa ir comprar o balão? - Ela propôs e, antes mesmo de ouvir a resposta do filho, lhe entregou 3 euros. - Mas não esqueça: compre o balão e vá direto para a loja de brinquedos. Não quero saber de você parando em nenhum outro lugar, ouviu, Bill? - Mesmo sendo pequeno, Bill não era bobo; entendeu claramente a ordem da mãe. Assentiu, e foi correndo em direção aos balões.
Se aproximou do vendedor, que sorrivel amigavelmente. Seu sorriso era tão amigavel que chegava a ser assustador. Um pequeno calafrio correu pro corpinho do Bill, mas ele ignorou; estava muito entretido com os balões para ligar para isso.
- Bom dia, garoto! - O homem falou, com uma voz animada. Bill abriu um grande sorriso que mostrava todos os seus dentinhos(os que estavam crescendo não foram exeções).
- Bom dia! - Respondeu, sem olhar para o homem, mas sim para os balões que balançavam-se como uma dança, ao vento.
No momento, o silêncio era a melodia favorita do Bill, que estava em sincronia com a dança dos balões. Era muito facil se misturar com a sua imaginação.
- E então, está indeciso? - O homem perguntou, brincalhão, ao ver a carinha abobada do garoto. Ele só assentiu, sorrindo. - Eu tenho mais alguns logo atrás da minha picape. - O vendedor apontou para trás, e o Bill pode ver uma velha picape branca. - Quer ir lá da uma olhada?
- Sim, por favor! - Bill falou, animado, batendo palmas. O vendedor sorriu novamente e andou em direção a picape, com Bill logo atrás. E esse foi a pior coisa que o Bill podia ter feito na sua vida
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O sininho da porta da loja de brinquedos tiniu ao se abrir, e de lá saiu Simone. Bom, antes dela saiu o Tom, pulando com sacolas de presentes na mão. Os dois foram até o carro para guardar as compras feitas.
- Mãe, cadê o Bill? - Tom perguntou, espiando dentro de uma das sacolas.
- Acho que ele ainda está vendo os... - Começou a dizer, mas parou quando olhou para a barraquinha de balões e ela não estava mais lá. - Ai meu Deus. - Disse, de olhos arregalados. - Tom, filho, fique aqui no carro, pode brincar se quiser, mas não saia de jeito nenhum, mamãe já volta. - Falou, colocando o Tom no banco traseiro do carro e trancando as portas.
Andou rapidamente para perto de onde deveria estar os balões, onde deveria estar seu filho. Entrou na loja que estava mais perto do local, correu ao balcão. A moça que lá estava sorrindo. Simone não retribuiu; não conseguia.
- Com licença - Perguntou para a moça, enquanto mexia na bolsa. - Você viu um garotinho loiro, tímido, sorridente, com uma voz aguda, mais ou menos desse tamanho? - Perguntou à moça. Ela pensou por alguns instantes e logo sua resposta veio:
- Não senhora, sinto mu... - A jovem não conseguiu terminar a frase; Simone tinha voado para fora da loja, e entrou em uma logo ao lado, no que parecia ser uma loja de objetos de decoração.
- Com licença, senhor, o senhor viu esse garoto? - Perguntou a um homem dentro da loja, enquanto tirava uma foto do Bill de dentro da bolsa. Ele estava tão feliz na fotográfica que até cativava a gente.
- Não, senhora.
Foi então que ela se desesperou. Saiu correndo da lojinha, seus olhos mais arregalados que nunca, gritando o nome do filho.
- Bill!!! Bill!!! - Gritava, desesperada. Estava desesperada, mas aliada pelo outro filho não precisar ver essa cena. O carro estava estacionado de um modo que, por mais que ele tentasse, não conseguiria enchergar a mãe. - Por favor! - Parava as pessoas na rua, mostrando a foto do filho. - Você o viu? E você, o viu? Por favor! - Gritava, correndo em direção a todos que passavam.
Uma mulher idosa, sentada num baquinho de madeira, alimentava alguns pombos. Parecia até uma cena de filme. Ela estava assistindo a toda a cena de Simone, então se levantou e foi em sua direção. Com um pouco de dificulade por causa da idade, mas foi.
- Com licença, querida - A velhinha disse, com uma voz que parecia preocupada por Simone. - Posso ver a foto do garotinho?
A mãe do garoto chorava, mas mesmo assim lhe mostrou a foto, evitando olhar diretamente para ela.
- Eu o vi. - Aquelas foram as palavras que fez Simone olhar para a senhora, como se esperasse que ela continuasse. - Da ultima vez, ele estava seguindo um homem que segurava alguns balões, para trás daquele carro velho. - Apontou a moça.
- Obrigada, muita obrigada! - Simone agradaceu a senhora, realmente grata; ainda lhe havia uma esperança.
Correu, o mais rápido que pode, em direção a velha picape. Parece que, quando se está desesparado, as coisas começam a passar ainda mais devagar.
- Bill! - Ela gritava, feliz, esperando obter uma resposta do filho. Silêncio. - Bill! - Repetiu, mas em resposta, só silêncio, novamente. Foi andando, entrando no que seria o comecinho de uma floresta, talvez - Bill? - Foi então que ela viu.
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É incrivel que uma coisa assim possa acontecer tão rápido, sem deixar nenhuma pista. Assustador, não? Para Simone, seu filhinho só tinha se perdido. Nesse caso, acho que ela iria preferir que ele estivesse mesmoperdido.
Ela não podia acreditar no que via: a coisinha loira que ela tanto amava, que cuidou para que ele fosse feliz, que brigava com o irmão por motivos estranhos, que dormia como um bebê. Aquele corpinho estava caído do chão, como se tivesse sido descaradamente jogado desse jeito. Bom, o corpo ou quase, que parece que não havia sobrado muito. Estava de barriga para baixo, com suas roupinhas completamente ensanguentadas.
A mãe pôs-se a chorar, gritar, desesperada. Jogou-se de joelho no chão, chorando ainda mais." Não é possivel que isso tenha acontecido com o meu bebê!!!" era a unica coisa que lhe passava pela cabeça, uma palavra atropelando a outra.
O sangue não só estava no corpinho, mas praticamente em todo o ambiente. Numa árvore: sangue. Nas folhas no chão: sangue. Numa coisa que parecia ter pertencido, um dia, ao corpo do garoto: sangue.
Arrastou em direção ao corpo do filho e o virou, ainda ao berros: o rostinho ainda tinha sinais do desespero que havia passado, e estava palido como nunca. Sua boca estava de um tom arroxeado que ela nunca havia imaginado que pudesse existir. E aquele cabelinho...aqueles fios loiros tão perfeitos, estavam de um vermelho escuro.
Acho que, para Bill Kaulitz, não havia pior maneira de morrer. Foi tudo uma crueldade do destino, talvez, ou só o acaso...mas, sinceramente, eu lamento, mais que tudo, até hoje: logo no dia que deveria ser um dia especial para toda a família do garoto. Era o dia mais esperado por ele o ano todo. Mas, graças a vontade da pequena criança de tentar comprar um balão colorido e ser feliz, naquela tarde, eu matei Bill Kaulitz.
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